Top 10: Filmes de 2014 – por Lucas Fratini

Fim de ano! Aproxima-se mais uma celebração sempre em clima de reflexão pós-aposta-na-mega-sena, quando ponderamos nossa vida, o que ficou ou partiu, o que vibramos ou detestamos. Com o cinema não poderia ser diferente, claro! Em um ano em que nos minutos finais um filme protagonizou uma das maiores crises das relações internacionais dos últimos tempos – e quem diria, não foi Chaplin ou Lars Von Trier, mas James Franco e Seth Rogen – vamos aqui mais uma vez relembrar os filmes que mais gostamos no nosso tradicional Top 10.

Aos navegantes de primeira viagem, a regra é: apenas entram na lista filmes que estrearam no Brasil esse ano.

Boas festas e bons filmes!

10 – Festa no Céu (The Book of Life)

Em um ano fraco de animações, pela delicadeza e simplicidade em que pincela temas duros, como a morte, saudades, honra e tradição familiar, Festa No Céu é uma colorida e estilizada explosão de vida, que encanta enquanto pondera suas ideias ao público.

9 – Garota Exemplar (Gone Girl)

David Fincher assina mais uma obra-prima do suspense e se sacramenta como o maior diretor do gênero em Hollywood – isso se é que alguém ainda tinha alguma dúvida – equalizando Kirk Baxter, Trent Reznor e Jeff Cronenweth em suspiros e a atmosfera de tensão ideal para uma história policial.

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Nós Voltamos! (De Novo)

Bem-vindos!

Este é o Nerd Revollution. Talvez você nos conheça de longa data, desde que começamos como um blog lá em 2010, fruto de uma mente ociosa e muito tempo livre. Parece tão longe agora, mas eu ainda lembro dos primeiros posts, nada profissionais, na maioria das vezes sem rumo algum, tão pessoais e tão diferentes.

Naquela época, em que “nerds” estavam começando a virar “modinha”, esse pareceu um nome legal, mesmo que não tivesse muito a ver com o conteúdo. Devo admitir que agora parece um pouco gasto, tanto o nerd como a tal “revolução” a que se propunha. Mas a gente cresce, deixa de acreditar em algumas coisas, os gostos mudam, passa a ter preguiça para certos assuntos, todo esse papo adulto que eu nunca gostei de verdade. Então, por quê não criar um blog novo e deixar esse aqui como uma lembrança de outra época?

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Top 10: Filmes de 2013 – por Lucas Fratini

Se em 2012 o cinema sentiu saudade de si mesmo, voltando às vezes a sua forma mais bruta e doce para redescobrir sua paixão, em 2013 misturou suas cores para pintar novos ares. Cada diretor experimentou uma paleta própria, arriscando em tonalidades ousadas, sem se preocupar em borrar a moldura e expandir seus quadros para além do material bruto. O resultado desse súbito impressionismo foi algumas das mais inventivas e geniais projeções, que serão lembradas da sua forma por cada pessoa que se acomodou nas poltronas do cinema. Esse mesmo sentimento me apunhala cada vez que risco um nome da minha lista, como se aqueles minutos no escuro já não significasse muito mais para mim.

Então, sem mais delongas, segue, como de praxe, o post mais doloroso do ano, o qual redijo mentalmente durante 364 dias e passo a limpo cada vez que as luzes acendem e sobe o crédito final. Vale lembrar que, apesar da lista levar em conta apenas filmes que tiveram sua estreia no Brasil a partir do dia 1º de janeiro, esse ano houve duas exceções: um filme que não entrou em cartaz, mas circulou aqui e pelo mundo em festivais e chegou em DVD nesse ano, e um documentário que não circulou, não vai circular, nem tem distribuidora ou previsão se um dia virá em DVD, encaixado aqui por ter sua única distribuição no Brasil, a televisiva, ocorrido em 2013.

10 – A Caça (The Hunt)

Thomas Viterberg convida para sua ciranda alguns dos personagens mais complexos dos últimos anos, que bailam em fantásticas atuações.

9 – Procurando Sugar Man (Searching for Sugar Man)

O documentário potencializa através da montagem a faísca investigativa em sua trama, para criar a melhor história policial do ano.

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Top 10: Filmes de 2012 – por Lucas Fratini

2012 foi um ano paradoxal. Um ano em que o cinema sentiu saudade de si mesmo, voltando às vezes a sua forma mais bruta e doce para chamar atenção. Contudo, foi também o ano de grandes inovações, pela aplicação de novas tecnologias, lentes e frequências, as quais transgrediram ainda mais seu formalismo para inovar a experiência cinematográfica. Aliás, mudanças que me corroeram para empilhar meus juízos nessa lista, sem desejar parecer injusto, mesmo sabendo dessa impossibilidade; sofrendo a cada assassinato cometido com o delete, como se fosse uma parte de mim já não tão importante assim.

Então, sem mais delongas, deixo vocês com o post mais doloroso do ano, o qual redijo mentalmente durante 362 dias e passo a limpo a cada crédito final. Vale ainda lembrar que a lista leva em conta apenas filmes que tiveram sua estreia nacional a partir do dia 1º de janeiro. Bons filmes!

10 – Precisamos Falar sobre Kevin (We Need to Talk About Kevin)

Pela genialidade ao construir em detalhes uma cruel tensão, além do conflito brutal e peculiar entre mãe e filho, alcançado em sua plenitude graças às atuações extraordinárias de Tilda Swinton e Ezra Miller.

9 – Cosmópolis (Cosmopolis)

Um filme de difícil digestão que reflete sobre o imponderável século XXI, sob a perspectiva de quem o faz e vive dele, forçando o juízo do espectador acerca da sua própria dimensão.

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Crítica: O Hobbit – por Lucas Fratini

Em uma sala de cinema foi exibido O Hobbit – Uma Jornada Inesperada. Não um filme sujo, prosaico, com problemas em todo seu acabamento e cheiro de artificial, nem um desnecessariamente esticado, lento e repetitivo: esse é um Peter Jackson’s Hobbit, e isso significa, acima de tudo, uma experiência extraordinária.

A jornada inesperada começa sua linha de fantasia no começo da trilogia anterior, costurando um bordado de infinitas possibilidades para o passado de Bilbo. No entanto, a emenda é feita de forma coerente e extremamente sutil, ao reaproveitar alguns pequenos subtextos de A Sociedade do Anel para criar, assim, uma unidade entre todas as obras. Logo, sua posição espaço temporal não é deslocada, apenas acrescenta mais veracidade à gloriosa Terra Média, desenvolvendo seus mitos e relações históricas como se estudássemos o passado em um livro didático sobre algo o qual lutamos incessantemente contra nossa própria razão para nos convencer de que nunca existiu.

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